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Anita…

Por André Delacerda

Resolvi começar esse post com essa imagem. Gostaria que nossos leitores prestassem bem atenção na movimentação destas. Em seguida respondam a pergunta que formulamos.

O que vocês acham que é isso? Em que país ocorreu?

Primeira conclusão, não foi no Rio de Janeiro. No decorrer deste post explicamos, mas já adiantamos que há uma relação de temas entre as duas tempestades.

Bem, depois da tempestade que acabou gerando aquela catastrofe da semana passada (primeira semana de abril 2010) na região metropolitana do Rio. Voltamos aqui, a discutir sobre a necessidade de o Brasil ter uma Defesa Civil mais bem preparada, e um Centro Gestor de Catastrofes. Na verdade eu gostaria de dizer, Centro para antever e gerenciar eventos extremos do Clima. Pois, mais interessante é acompanhar as informações que a metereologia envia, saber interpretá-las e planejar ações que culminem com a preservação de vidas, horas antes que o evento ocorra.

Em 2004 tivemos o Furacão Catarina no litoral Sul do Brasil, e o que ele gerou? Destruição de áreas urbanas, mortes, e prejuízos particulares e públicos. Quem alertou sobre o Catarina? Epecialistas americanos que o perceberam nas imagens de satélite. Nossos especialistas até se mostraram céticos quando avisados, mais cético foi o comportamento do governo brasileiro diante do fato. Não tomou uma ação responsável, e não emitiu o alerta para que a população não fosse pega de surpresa.

Agora, vamos explicar aquela imagem de satélite acima:

A tempestade tropical Anita, que passou entre os dias 9 e 10 de março pelo litoral de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, é a segunda do tipo a ser registrada na costa do Atlântico Sul nas Américas.” (Jornal Comunicação).

A ocorrência do furacão Anita se soma à do furacão Catarina ocorrido em 2004. “Se anteriormente a gente tinha apenas um evento excepcional, agora temos dois pra contar num intervalo relativamente curto de tempo” avalia Martins sobre o que significa este tipo de tempestade na região. Na área não há nenhuma central de acompanhamento de furacões, a ponto de o acompanhamento do Anita ter sido feito pela Marinha norte-americana e pelo centro nacional de furacões dos Estados Unidos.” (Jornal Comunicação)

Depois da leitura acima, chego ao ponto da Defesa Civil e sobre o Centro de Gestão que sugeri. Observem no texto acima que o meteorologista do Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de Santa Catarina (Ciram), Marcelo Martins, diz:

“(…) Anita ter sido feito pela Marinha norte-americana e pelo centro nacional de furacões dos Estados Unidos.”

Isso mesmo, é a segunda vez que os americanos que são especialistas neste tipo de evento climático, nos alertam. E o que faz as autoridades brasileiras? Nada, chegam atrasadas, liberam verbas que devriam ser liberadas para anterver, e não para tapar o sol com a peneira, logo após os desastres.

Já não seria hora de nosso país começar a implantar um centro de estudos no Sul do Brasil para monitoramento e estudo de furacões? Será que dois eventos como o Catarina e o Anita já não são um importante sinal para que isso seja feito?

E qual a relação desses eventos com o ocorrido no Rio de Janeiro? Simples. O clima se modifica de forma agressiva e provoca uma tragédia com mais de 200 mortes. A cidade recebeu alertas de chuva intensa. Mas talvez não soube interpretar o que ocorreria, não anteveio ao acidente, evacuando as pessoas, informando possíveis locais de acidentes.

O Rio será sede uma Olimpiada em 2016, será palco de jogos importantes na Copa de 2014. Mas não parou ainda para pensar em uma Defesa Civil que trabalhe para antever as tragédias. Pois, a Defesa Civil que temos, trabalha bravamente, mas não tem estrutura para interpretar e coordenar uma evacuação.

Imaginem, se um Furacão como o Catarina e o Anita ocorre aqui?

Observem, essa tempestade que ocorreu no Rio de Janeiro, provocou em certas áreas, índices pluviométricos em torno de 330 milimentros em um único dia. Vocês sabiam que isso é tempestade de furacão?

O Brasil a partir deste eventos, tem que buscar aprender com as experiência do Japão, e dos Estados Unidos, mesmo este último, tendo enfretado problemas com a tempestade Katrina em Nova Orleans.

É urgente o debate com participação da sociedade, cientistas, de parlamentares, e de órgãos governamentais.

Deixo vocês com o Programa Canal Livre de ontem (11/05/2010), onde foi discutido amplamente sobre essa temática. Inclusive com a participação do especialista em clima, Luiz Carlos Molion.

Programa Canal Livre sobre as catastrofes climáticas no Brasil.

Imagens: Anita – Atmosfera Metereologia